sexta-feira, 11 de junho de 2010

A propósito da copa do mundo

Temos publicado aqui uma série de notícias sobre pesquisas e atuação do psicólogo nos mais diversas áreas. Muitas destas notas não têm ligação direta com as eleições para o CRP/03, entretanto entendemos que elas são importante na medida em que lançam luz sobre práticas que muitas vezes são desconhecidas ou que não recebem a devida atenção. Voltaremos à este ponto mais tarde uma vez que ele se relaciona com uma das pricipais críticas à atual gestão do CRP: o esquecimento, puro e simples, das tradicionais áreas de atuação do profissional de psicologia e que ainda hoje caracterizam a sua atuação.

Mas vamos lá, já que é copa do mundo cremos ser possível perguntar: e o que a Psicologia tem a ver com isso? Uma resposta possível nos chega de um estudo realizado na Inglaterra com goleiros. A matéria é da Associated Press e foi publicada no Estado de São Paulo.

Psicologia da cobrança de pênalti: o melhor é ignorar o goleiro

Batedores de pênalti na Copa do Mundo devem ignorar o goleiro e focar exclusivamente o ponto onde querem pôr a bola, diz um grupo de cientistas.


Em um estudo liderado pelo psicólogo Greg Wood, da Universidade Exeter, no Reino Unido, cientistas rastrearam os movimentos dos olhos de batedores de pênalti e notaram como os jogadores prestes a realizar a cobrança acabam distraídos pelo goleiro.

"Focalizamos coisas no ambiente que são ameaçadoras. No chute de pênalti, a ameaça é o goleiro", disse Wood. "Se o goleiro conseguir parecer mais ameaçador, ele pode distrair o batedor ainda mais".

Decisões por pênalti podem definir o resultado de uma Copa do Mundo. Duas das últimas quatro finais, em 1994 e 2006, terminaram nos pênaltis, com diversos jogos nas fases eliminatórias tendo sido decididos da mesma forma. Desde que o método de desempate foi introduzido em 1982, houve 20 jogos onde ele acabou usado em sete copas.

Wood disse que o batedor do pênalti sempre tem o controle da situação, mas quanto mais ansioso ficar, mais acaba olhando para o goleiro. "Não ligue para o goleiro", disse Wood, cujo estudo deve ser publicado no Journal of Sports Sciences. "O controle é do batedor, e ele deve se conscientizar disso, tirar confiança disso, alinhar os olhos e deixar que a visão dê ao cérebro com a informação necessária para um chute preciso".

Um dos exemplos mais famosos de um goleiro desestabilizando o batedor ocorreu em 1984, na final da Copa Europeia, quando o goleiro do Liverpool, Bruce Grobbelaar fez uma dança com as pernas que parece ter distraído os batedores do Roma, numa decisão por pênaltis vencida pelos britânicos.

Dezoito jogadores de times universitários britânicos, equipados com tecnologia de rastreamento dos olhos e submetidos a diferentes situações para aumentar a ansiedade durante cobranças de pênalti, tomaram parte no estudo

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