sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Carta do presidente do CRP de Minas Rogério Oliveira

O atual presidente do CRP de Minas e candidato na Chapa do Fortalecer a Profissão para o Conselho Federal, Rogério Oliveira, escreveu uma carta aberta aos colegas Psicólogos na qual ele faz uma excelente exposição sobre a situação que vivemos hoje com relação ao sistema conselhos e sua atuação.


Nós da Chapa Ética na Pluralidade endossamos integralmente suas palavras e as tomamos como se nossas fossem.


Cara (o) colega,

Reporto-me a você neste momento para esclarecer algumas coisas, bem comopara solicitar o seu apoio. Estamos vivendo uma situação definidora naPsicologia brasileira, em especial na mineira. Estamos no períodoeleitoral, e desta vez temos disputa de posições.

São dois grupos concorrendo às eleições para o Conselho Regional dePsicologia (CRP-MG) e para o Conselho Federal de Psicologia (CFP). Euestou apoiando para o CRP-MG a chapa CAMINHAR PSI(http://www.caminharpsi.com.br) e sou candidato na chapa para o CFP(http://www.fortaleceraprofissao.com/). Todavia, o que motiva a lhe escrever parte do senso de responsabilidadede deixar algumas coisas mais claras para que você possa tomar a suadecisão sabendo o que está em jogo.

Estive à frente da gestão do XIIº plenário (2007 a 2010) do CRP-MG na condição de Presidente. Enquanto tal vivenciei muitas coisas e gostariade compartilhar com você a minha visão do que ocorre nos conselhos.

Temos hoje na psicologia brasileira dois entendimentos do papel políticodos conselhos de classe. Um grupo defende o engajamento no compromisso com as demandas sociais eentende que isso deva ocorrer a partir de uma militância política,compromissada com a inclusão social, em parceria com os movimentos sociais. Todavia este grupo não aceita que as condições de trabalho das(o)s psicólogas (os) sejam fundamentais neste engajamento. Entendem que tais condições serão melhoradas com o tempo, quando provarmos para asociedade brasileira que somos importantes e engajados. Da mesma forma, interpretam que algumas atividades profissionais da psicologia, por conta da sua orientação teórica, não possuem compromisso social.

Defendem, também, a separação da psicologia organizacional da psicologiado trabalho. E criaram um ?slogan? para isso: psicologia crítica dotrabalho. Onde as (os) psicólogas (os) que trabalhem com organizaçõessão vistas (os) como sendo comprometidas (os) com os interesses do Capital e sem compromisso com a inclusão social. Só que isso, nestaépoca de eleição não é dito. Mas procurem as pessoas, membros das organizações, tais como a SBPOT e saberão que não estou mentindo.

O outro grupo, do qual faço parte, entende que o eixo definidor daPsicologia é a Ética e não a teoria ou o campo de atuação profissional.Entende que, desta forma, a psicologia comprometida com a sociedade brasileira pode e deve se fazer representar em todos os campos e áreasde atuação. Entende que a razão da existência de uma profissão é otrabalho que realiza. Procura fazer a gestão política visando o fortalecimento da identidade social da profissão, ao invés de ficar dividindo-a entre psicólogos engajados e não engajados.

E para tanto, torna-se fundamental o entendimento das atividades desenvolvidas pelos profissionais, ou seja: o trabalho real do psicólogo. Por isso a proposta é fazer uma gestão focada nas condições enas relações de trabalho da nossa categoria. E como isso não se fazsozinho, precisamos construir uma parceria forte com o movimento sindical que representa as questões trabalhistas. Somente assim enfrentaremos realmente a atual situação que nos coloca em condiçãoprecária.

O ato médico está aí para nos lembrar, bem como o ato administrativo, osbaixos salários, a assédio nos locais de trabalho e outros exemplos quenão são atualmente prioridade do outro grupo que, neste momento, está àfrente do Conselho Federal. Mesmo que eles divulguem nos períodos eleitorais, e somente nestes períodos, por exemplo, que: a empregabilidade é hoje uma questão importante para os Psicólogos. Os Conselhos devem ter posição clara e ativa para lidar com essa situação?

E realmente tiveram uma posição ativa: votaram nos últimos três anos nas reuniões nacionais, onde se encontram todos os conselhos regionais mais o conselho federal, contra o projeto de relações condições de trabalhodos psicólogos encaminhado pelo grupo ao qual pertenço e nomearam o mesmo projeto como sendo retrógrado, reacionário e corporativista.

Para nós, torna-se urgente garantir o reconhecimento social da nossa profissão, mas sem nos esquecer que a nossa profissão é construída em uma base plural. Por isso não podemos privilegiar determinado campo e/ouárea. E muito menos ocupar os conselhos para fazer deste lugar umaextensão de disputas político ideológicas ou acadêmicas. NecessitamosFORTALECER todas as referências da nossa profissão. E parar com o jogo maniqueísta de rotular os fazeres da psicologia como socialmente comprometidos ou não. Isso somente nos divide para que possamos maisfacilmente servir de base para ações que não consideram o nosso exercício do ponto de vista do trabalho.

Colega vote! Não deixe que uma minoria decida por você e depois chame isso deconstrução coletiva. Eleja quem quer verdadeiramente dialogar com você!

Se quiseres mais esclarecimentos a cerca desta eleição podes me enviarum e-mail de retorno e terei toda a disposição para lhe responder. Se já tem uma posição definida neste processo eleitoral e discorda dasminhas posições, é seu direito e lhe respeito. Se puder,ajude-nos enviando este e-mail a outras pessoas.

A todos nós, Uma boa eleição e boa sorte!

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