terça-feira, 27 de julho de 2010

Repercussão Negativa

Notícia publicada no Jornal Zero Hora, um dos mais importantes do Rio Grande do Sul

27 de julho de 2010


PROGRESSÃO DE REGIME

Avaliação psicológica de presos é suspensa. Uma decisão do Conselho Federal de Psicologia proíbe, desde o mês passado, que psicólogos peritos façam a avaliação criminológica de presos. De acordo com reportagem do telejornal RBS Notícias, da RBS TV, os laudos não estão sendo emitidos, o que significa que condenados por crimes graves podem progredir de regime e ganhar as ruas sem terem passado por uma avaliação.

O Ministério Público Estadual, que solicita os exames cada vez que um apenado pede transferência do regime fechado para o semiaberto, entende que a medida é ilegal.

– O psicólogo é concursado e, se não atender à ordem judicial para que faça o exame, pode incidir em crime – diz o promotor de Justiça e coordenador do Centro de Apoio Operacional Criminal do MPE, Fabiano Dallazen.

Um exemplo dado por promotores é o de um homem preso há mais de três anos por estuprar a filha, em Porto Alegre. O benefício da progressão foi negado, com a conclusão de que ele ainda não consegue controlar os impulsos sexuais. O caso ocorreu antes da publicação da resolução do conselho, em 29 de junho.

Sem o exame, é considerado para progressão de regime o tempo de permanência na cadeia e o comportamento. A avaliação é feita por psicólogos da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), que analisam a conduta do criminoso e se há risco de reincidência. No Estado, 160 psicólogos trabalham nos presídios. Procurada, a Susepe preferiu não se manifestar sobre o assunto.

O conselho argumenta que os psicólogos devem acompanhar o preso ao longo de sua passagem pelo sistema prisional, e não simplesmente fazer o laudo da progressão de regime.

– A resolução é para que se possa atender individualmente cada preso. Às vezes, os psicólogos que fazem o exame nem conhecem o preso, é só para atender ao juiz – diz a presidente da Comissão de Orientação e Fiscalização da Profissão do Conselho Regional de Psicologia do Estado, Maria de Fátima Bueno Fischer, que participou das discussões a respeito da resolução federal.

O perito que não respeitar a resolução estará infringindo o código de ética da profissão, afirma Maria de Fátima

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