terça-feira, 25 de maio de 2010

Fronteiras da Psicologia - A era do divâ virtual

do jornal Zero Hora do Rio Grande do Sul

Sem contato pessoal direto entre paciente e terapeuta, a terapia via internet ganha espaço e gera debate na área da saúde. Embora alguns psicólogos e psiquiatras utilizem a técnica, a webterapia é vista com restrições pelos conselhos profissionais e, em alguns casos, é considerada ilegal.


Sentada em uma confortável poltrona, a paciente relata suas angústias à psicoterapeuta. Faz confidências, conta problemas do dia a dia e desabafa emoções, à espera de soluções.

Seria uma sessão rotineira se paciente e terapeuta não estivessem separadas por mais de 10 mil quilômetros de distância, uma na Itália, e a outra, em Porto Alegre. E mais: elas nunca se viram pessoalmente.

A terapia online, também chamada de webterapia, é um exemplo real de uma prática que se dissemina entre psicólogos, psiquiatras e médicos psicoterapeutas gaúchos. Apesar de estar se tornando comum, o Conselho Federal de Psicologia a proíbe por não haver estudos garantindo sua eficácia (ver texto na página seguinte). A situação é considerada mais grave quando envolve a cobrança de honorários, o que ocorre na maior parte das vezes.

O Conselho Federal de Medicina, por sua vez, afirma que o contato entre médico e paciente deve ser presencial. Contudo, apesar de considerar a prática inadequada, não faz referência ao assunto em seu código de ética.

No Rio Grande do Sul, um dos poucos profissionais que admitem atender pacientes pelo computador é o psiquiatra Nelio Tombini, chefe do Serviço de Psiquiatria da Santa Casa. Sem receio de falar sobre o assunto, ele diz que o assunto merece ser discutido pela classe médica como uma nova realidade da profissão.

Adepto, há um ano, de um software que permite ver e ouvir o interlocutor ao vivo pelo computador, ele enxerga um futuro promissor para a atividade:

– O atendimento pelo Skype vai se desenvolver muito. Ele tem suas limitações, não tem como ver alguns gestos da pessoa, reações, mas, se não for usado, muitos ficarão sem acesso a uma psicoterapia. O perigo, nesses casos, é a hipocrisia, os colegas que não dizem que fazem, pois pode não ser politicamente adequado.

Atualmente, Tombini tem três pacientes online. Todos começaram sendo atendidos pessoalmente, em Porto Alegre, e depois passaram para o virtual devido à distância de casa em relação ao consultório. A meta é, sempre que possível, encontrarem-se pessoalmente. Na nova empreitada, Tombini só não abre mão de uma coisa:

– Não atendo ninguém sem avaliá-lo pessoalmente. Posso passar ao Skype, mas tenho de ver a pessoa cara a cara primeiro.

Para ler a matéria completa acesse
http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2912683.xml&template=3898.dwt&edition=14739§ion=1003

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